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Parklets – reinventando as cidades por mais qualidade de vida!
Precisamos REVER nossos conceitos, REPENSAR as formas de enxergar a cidade e a mobilidade urbana, além de REFORMULAR nossa relação com o meio ambiente.
Como sinal dos tempos, a cada dia que passa vivemos mais enclausurados em nossas casas, seja vendo televisão, mexendo no celular ou no computador. Estresse, doenças psicológicas, depressão, sedentarismo, obesidade, são apenas algumas mazelas vividas por muitos, principalmente em cidades grandes. Os espaços urbanos estão ficando cada vez mais esvaziados de pessoas, dando lugar a carros e construções, o que causa a diminuição da qualidade de vida.
Aqui em Niterói não é diferente. Espaços mal ocupados e crescimento urbano desordenado geram violência. Crise econômica e outros fatores de ordem social levam cada vez mais gente a viver nas ruas. Tudo isso ainda se reflete em agressões ao meio ambiente!
Torna-se absolutamente URGENTE pensarmos mais na mobilidade urbana sustentável, e em como ela afeta a qualidade de vida de todos nós. Seja na cidade como um todo, em nosso ambiente de trabalho, nos locais onde vivemos, e mesmo nas relações com nossos parentes e amigos, nossa vida depende da MOBILIDADE e da SUSTENTABILIDADE. Por isso, uma das alternativas mais interessantes, viáveis e de baixo custo, para ocupação, humanização, compartilhamento e interação entre as pessoas, no espaço público, é o PARKLET.
O QUE SÃO OS PARKLETS?
PARKLETS são áreas contíguas às calçadas, nas quais são construídas estruturas – bancos, mesinhas, guarda-sóis, jardineiras – que constituem espaços de lazer e convívio social público. O nome surgiu como trocadilho com as denominações de estacionar (“parking”, em inglês) e parques (“parks”). Foi usado pela primeira vez em San Francisco, nos EUA, para representar a conversão de um espaço de estacionamento de automóveis num mini-parque recreativo. Depois de alguns anos, os “parklets” foram criados em outras cidades norte-americanas, caindo rapidamente no gosto da população, por serem espaços que priorizam as pessoas e a qualidade de vida da vizinhança. Aqui no Brasil, os parklets começaram a aparecer em 2014, por iniciativa da ONG Instituto Mobilidade Verde. A primeira cidade a recebê-los foi São Paulo, que hoje conta com essas estruturas espalhadas por várias regiões.
QUAL O OBJETIVO?
O objetivo é aumentar diretamente o espaço por pessoa na cidade, tornando ruas e bairros mais humanos, amigáveis e preocupados com a defesa do MEIO AMBIENTE. São criados mais espaços para recreação, comércio local, além de fomentar discussões a respeito da qualidade de vida e de qual FUTURO os cidadãos querem ter para suas cidades.
QUAL A VIABILIDADE?
Vale salientar que o custo desse tipo de iniciativa é ZERO para o município, pois quem arca com o custo da instalação e da manutenção é a iniciativa privada, que desenvolve o projeto, obtém a autorização pela prefeitura, instala as estruturas e ganha como contrapartida uma vitrine alternativa para divulgar sua marca. Há inclusive, a possibilidade de os parklets serem custeados por pessoas físicas, associações de vizinhos, etc.
A ideia não é de utilizar apenas espaços de vagas de carros. Espaços ociosos ou mal utilizados em determinada área de uma rua, praça, bairro ou cidade podem ser transformados em parklets. Tais espaços, geralmente ermos, inseguros, mal iluminados e que, muitas vezes, viram depósitos de lixo, passarão a ser integrados à melhor convivência entre as pessoas.
RESUMINDO
Parklets são estruturas acessíveis de mobiliário urbano para convívio público, contando com jardins, mesas, cadeiras, bancos e bicicletários. Além disto, o aumento da área do passeio público permite a realização de manifestações artísticas e até mesmo a possibilidade da instalação de aparelhos de ginástica gratuita para as pessoas.
Apesar da diminuição da quantidade de vagas de estacionamento nos espaços públicos, o retorno deste tipo de espaço para a cidade é ENORME! Além do respeito ao meio ambiente, a iniciativa faz com que os locais sejam mais frequentados, trazendo mais segurança, preservação do patrimônio público, além do fomento à sustentabilidade e alternativas saudáveis de convívio social.
Precisamos REVER nossos conceitos, REPENSAR as formas de enxergar a cidade e a mobilidade urbana, além de REFORMULAR nossa relação com o meio ambiente. É um processo que irá demorar um pouco, mas precisamos dar o primeiro passo, rumo a um futuro com mais respeito ao meio ambiente, sustentabilidade e, principalmente, mais QUALIDADE DE VIDA para as pessoas. Neste sentido, certamente os parklets são um convite ao diálogo sobre o tipo de cidade em que nós queremos viver.
LINKS
https://cidadequequeremos.wordpress.com/parklet/
http://marinaaraujo.arq.br/os-parklets-mais-divertidos-e-criativos-do-mundo/
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Leandro Portugal – Advogado, 33 anos. Nascido e criado em Niterói, amor incondicional pela cidade.
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