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Um Papo Com Papai Noel
Um Papo Com Papai Noel (Jota Carino)
– Papai Noel, você existe?
– O que acha você, meu amigo?
– Não sei. Num mundo confuso e mau, já não parece termos a resposta.
– Pergunto eu, meu amigo: o amor desinteressado, a generosidade à flor da pele, o carinho dos presentes, existem? Verdadeiros serão aqueles olhinhos arregalados e brilhantes das crianças quando me veem? E os sorrisos, entre melancólicos, saudosos e alegres dos adultos quando se lembram dos tempos em que acreditavam em mim? Mesmo perdidos na névoa das lembranças e ofuscados pelas lutas ferozes do dia a dia, tais lembranças ainda vivem em cada um? Minhas roupas vermelhas, antiquadas, inverossímeis, minhas longas barbas brancas quase inacreditáveis, elas têm existência ou não? Nos orfanatos, nos hospitais, nos lugares de sofrimento, tenho significado? Tenho existência carinhosa e doce ainda que envolta pelo espírito do comércio? Finalmente, existo eu no fundinho do coração da criança que habita em você, meu amigo?
– Acho que um sim é a resposta a todas essas perguntas, um sim que vem do longe dos tempos e do fundo da alma.
– Que bom, meu caro amigo – moço ou velho, homem ou mulher, adulto ou criança, enfermo ou são, que tem fé ou não. Que bom saber que ainda existo. Feliz Natal!
