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Crise financeira leva Estaleiro Mauá a fechar as portas em Niterói
O Estaleiro Eisa, Petro Um (antigo Mauá) fechou as portas temporariamente, em razão da crise financeira provocada pelas medidas de adequação da Petrobras à nova realidade financeira surgida a partir da Operação Lavo Jato. Deflagrada pela Polícia Federal, a operação levou à prisão de diversos ex-dirigentes da estatal e de algumas das principais empreiteiras do país.
Em nota divulgada na quinta-feira (02/07), o Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí informou que o fechamento das portas da empresa será necessário até que o estaleiro se adapte. Em reação ao comunicado, funcionários do Estaleiro Mauá realizaram, na manhã de sexta-feira (03/07), no Centro do Rio de Janeiro, uma manifestação. Durante o protesto, um grupo de manifestantes queimaram o uniforme da empresa. http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2015/07/funcionarios-do-estaleiro-maua-rj-protestam-apos-fechamento.html
A categoria reivindica a recontratação de dois mil empregados que foram dispensados na última semana e o pagamento do salário atrasado e rescisão contratual. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Edson Rocha, repudiou a decisão da direção do Estaleiro Mauá e a péssima gestão financeira da empresa que cortou “os sonhos e o futuro de milhares de trabalhadores”.
– Fechar o Estaleiro Mauá é cuspir na história dos trabalhadores e em todo o esforço do governo para recuperar os investimentos no setor naval – disse Edson Rocha, acrescentando que a corrupção na Petrobras não pode ser motivo para destruir a indústria brasileira. A Justiça deve punir as pessoas corruptas e não as empresas.
Na avaliação do líder sindical, quem paga o preço novamente é o trabalhador e declarou que “agora é hora de unir forças. Vamos para as ruas protestar e brigar pelos nossos empregos”, disse. Ele observou que o trabalhador não pode pagar nem pelo preço da ineficiência dos gestores nem pela corrupção.
-Vamos unir forças! Não vamos cair! Os metalúrgicos de Niterói são fortes e não fogem à luta- afirmou.
O estaleiro está localizado no bairro Ponta da Areia, em Niterói, e é administrado pelo grupo Synergy. O documento enviado ontem aos funcionários, por meio de circular, informa que a partir da sexta-feira (03/07) todos os trabalhadores devem permanecer em casa.
No documento, o grupo Synergy avisa que as atividades estão encerradas temporariamente e atribui a medida à crise financeira. A recomendação chegou aos trabalhadores nove dias depois de mais mil funcionários terem sido demitidos.
fonte: Agência Brasil
