Cidade
Ciclovia vai ligar Itacoatiara a Charitas, via lagoas oceânicas de Niterói.
2017 promete ser um ano de muitas transformações na mobilidade urbana em Niterói. Grande parte na Região Oceânica, com a inauguração do Túnel Charitas-Cafubá e de todo o corredor da Transoceânica.
PRÓ-SUSTENTÁVEL
Em janeiro, após visita de uma comissão do Banco Latino Americano de Desenvolvimento — Cooperação Andina de Fomento (CAF) à cidade, se dará o início ao PRO-Sustentável, projeto de cerca de R$ 350 milhões que promete mudar de vez a relação dos moradores de toda região oceânica com o local. Este projeto será totalmente financiado pela instituição.
Até o fim de 2019, o plano prevê a construção de um parque no entorno da Lagoa de Piratininga, a renaturalização do Rio Jacaré e a pavimentação e drenagem de 130 ruas dos loteamentos: Boa Vista, Maravista, Serra Grande e Santo Antônio. Além disto, terá implantação de 57,5 quilômetros de ciclorrotas. Entre elas, a principal será a Translagunar, que ligará Itaipu e Itacoatiara ao Túnel Charitas-Cafubá, percorrendo a orla das lagoas de Itaipu e Piratininga, inclusive com trechos suspensos.
FINANCIAMENTO
O dinheiro do empréstimo do CAF será liberado em parcelas semestrais, disponibilizadas de acordo com o cronograma que será montado em janeiro com os representantes do banco. As obras de drenagem e pavimentação dos loteamentos custarão R$ 90 milhões e estão previstas para começar em março. O mesmo valor será aplicado na requalificação do entorno da Transoceânica: a Avenida Raul de Oliveira Rodrigues, que corta vários bairros da região, será transformada num binário, e praças e parques serão construídos ao longo dos 9,3 quilômetros do corredor BHS (ônibus com portas dos ambos os lados). Mais R$ 10 milhões serão usados na renaturalização do Rio Jacaré, que também deverá começar em 2017. Para finalizar, ainda com o dinheiro do empréstimo, o serão viabilizados, como o de gestão de praias e parques — que inclui a estruturação da Praia do Sossego, com novos acessos e sede para a Guarda Ambiental, e a instalação de postos de salvamento na Praia de Piratininga.
COMBATE A OCUPAÇÃO DESORDENADA
A construção de ciclovias e ciclofaixas, com cem bicicletários abertos e seis fechados, consumirá R$ 25 milhões, enquanto R$ 12 milhões vão custear a criação do parque Orla Piratininga. Este prevê uma total modificação do entorno da lagoa que sofre com a degradação. Serão construídas áreas de lazer náutico, pista de corrida, academias para a terceira idade, quiosques e banheiros.
Segundo o Prefeito Rodrigo Neves, é um programa estratégico para “o dia seguinte ao túnel”. Por isso tem um forte componente de infraestrutura urbana e ambiental. São ações fundamentais para combater a ocupação desordenada do solo e a favelização que se intensificou nos últimos 25 anos na Região Oceânica.
O mesmo, disse que em março irá lançar lançará editais das obras de drenagem e pavimentação dos loteamentos Boa Vista, Maravista, Serra Grande e Santo Antonio, e que o edital para as obras do parque Orla Piratininga, que terão três anos de execução, sairá ainda no primeiro semestre de 2017.
Atualmente, apenas 39% da população da região oceânica usa automóveis para se locomover e a quantidade de gente que usa a bicicleta também é muito menor na R.O. (apenas 1% da população, enquanto na Região Metropolitana este valor é de 5%). Com a nova infraestrutura de transporte público e cicloviária, a ideia é promover a mudança de hábitos dos moradores da Região Oceânica.
TECNOLOGIA VERDE
Segundo o vice-prefeito Axel Grael, com a Transoceânica funcionando no sistema BHS e os 57 quilômetros de ciclorrotas, a tendência é que diminua a quantidade de carros nas ruas. Será possível para o morador de Itacoatiara ir de bicicleta até Charitas, por um novo caminho que passará pelas lagoas de Itaipu e Piratininga, bem mais curto do que o traçado da Transoceânica. Sem contar o potencial turístico que Niterói terá com o trecho Translagunar.
A nova ciclovia mudará a interação da cidade com o sistema lagunar. Os trechos que passarão sobre as águas serão próximos ao Canal do Camboatá, na ligação entre as lagoas de Itaipu e Piratininga e no canto do Cafubá, perto do Morro da Viração. Outra ação ambiental do projeto é o reflorestamento da faixa marginal de proteção das nascentes e das áreas de reabastecimento da bacia do Rio Jacaré, o que inclui a remoção de moradias e a eliminação dos focos de poluição.
O município também construirá um Centro de Referência de Sustentabilidade Ambiental e Urbana num terreno no Vale do Jacaré, perto da nascente do rio, junto à Serra da Tiririca. No local, moradores receberão consultoria para adotarem tecnologias verdes em suas casas, como telhados verdes e dispositivos de captação de energia solar e de reaproveitamento de água da chuva.
A urbanização das ruas do Cafubá e da Fazendinha estava no escopo do PRO-Sustentável e, assim como a construção de algumas estações do sistema BHS, já foi adiantada com recursos próprios do município. O prefeito estima que os R$ 70 milhões gastos nessas obras, e que estão no orçamento do CAF, poderão ser utilizados de outra forma:
Infos: Jornal O Globo
