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Centenário de Carequinha é celebrado na Sala Carlos Couto

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Exposição “Homenagem ao Centenário do Palhaço Carequinha”
Abertura: 02 de julho
Horário: 19 horas
Visitação: 03 de julho a 28 de agosto de 2015
Horário: De terças a sextas-feiras, das 10h às 18h; Sábados e Domingos, das 15h às 18h.
Gratuito

Local: Sala Carlos Couto – anexa ao Teatro Municipal de Niterói
Endereço: Rua XV de Novembro, 35, Centro, Niterói-RJ
Tel: (21) 2620-1624

O centenário de George Savalla, o saudoso palhaço Carequinha, primeiro da televisão brasileira, será celebrado na Sala Carlos Couto, anexa ao Teatro Municipal de Niterói, na exposição “Homenagem ao Centenário do Palhaço Carequinha”. Com abertura marcada para o dia 02 de julho, às 19h, a mostra conta a história da carreira do querido palhaço, através de fotografias, vinis e DVD’s e fica aberta à visitação até 28 de agosto. A curadoria é de Teca Nicolau.

Quando pensamos em circo no Brasil, fica impossível não lembrar da figura encantadora, doce e engraçada do palhaço Carequinha, ídolo durante décadas da criançada obediente. Carequinha nasceu George Savalla Gomes, no dia 18 de julho de 1915, na cidade de Rio Bonito, no estado do Rio de Janeiro. Este fluminense, filho dos trapezistas Elisa Savalla e Lázaro Gomes, teve a sina de nascer no circo, berço da história de vida daquele que chegou a ser considerado o melhor palhaço do mundo.

Na abertura, a Trupe da Graça estará alegrando a exposição com suas atividades teatrais e circenses.

Sobre Carequinha

Reza a lenda, contada pelo prórprio Carequinha nas entrevistas ao longo de sua carreira, que sua mãe sentiu as contrações do parto enquanto caminhava no arame, em pleno picadeiro. Levada às pressas para as barracas que serviam de camarim, Elisa deu à luz o filho nos bastidores do Circo Peruano, pertencente a José Rosa Savalla, avô materno de George que, com 2 anos, perdeu o pai e foi criado pelo padrasto Ozório Portilho que o encaminhou para a profissão de palhaço.

Quando George tinha 5 anos, Portilho colocou uma careca postiça em sua pequena cabeça e disse: “Você será o palhaço Carequinha”. Este foi o ponto de partida de um dos maiores mitos mundiais das artes circenses. E assim, com sua maneira peculiar de fazer rir, Carequinha aos poucos foi conquistando o coração das pessoas com bordões já imortalizados como: “Hoje tem marmelada? Tem, sim senhor! E o palhaço, o que é? É ladrão de mulher!”.

Criou o tradicional “Tá certo ou não tá, garotada?”, que era respondido sempre com um empolgante “Táááááá!”, em uníssono. Aliás, as crianças caíram definitivamente nas graças de Carequinha quando ele se tornou o primeiro palhaço a ter um programa de TV – o Circo Bombril, que ficou no ar de 1951 a 1964, na extinta TV Tupi no Rio de Janeiro – junto com os parceiros Fred, Zumbi, Meio-Quilo e outros.

Carequinha inovou o conceito do palhaço no circo mundial. Tratado anteriormente como bobo, ingênuo e imaturo, o palhaço, na sua interpretação, ganhou novos ares: “Fiz uma nova escola. Antes de mim, o palhaço levava farinha na cara, era o bobo, só apanhava. Eu fiz o palhaço-herói, modifiquei o estilo. A intenção era fazer do palhaço um ídolo, e não um mártir”.

Em 1964, recebeu na Itália a medalha de ouro de Palhaço Moderno do Mundo. Devido ao seu sucesso, Carequinha ficou famoso entre os presidentes brasileiros e tornou-se amigo de Juscelino Kubitschek. Na década de 80, apresentou O Circo Alegre, na TV Manchete, programa que antecedeu O Clube da Criança, de Xuxa Meneghel. Em 2001, atuou na Escolinha do Professor Raimundo, da Rede Globo. Gravou 27 LPs e participou de cinco filmes.

Foi um lutador na área circense, sempre citando em suas entrevistas a necessidade da ajuda do Governo para a preservação do circo no Brasil. Por ironia do destino, não conseguiu que nenhum dos filhos o seguisse na profissão. Isto o fez cumprir a promessa de trabalhar até morrer. Carequinha faleceu aos 90 anos, no dia 5 de abril de 2006, no município de São Gonçalo (RJ), em decorrência de problemas cardíacos. Ao conceder uma entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, em 2001, Carequinha declarou: “O palhaço típico, aquele que nasce com o dom, morre comigo”.

Seu último trabalho na televisão foi na Rede Globo, com uma participação na minissérie “Hoje é dia de Maria”, em 2005.

Aos noventa anos, o artista morreu em sua casa em São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro. Durante a madrugada, ele queixou-se de falta de ar e dores no peito, e morreu antes de receber atendimento médico. Foi enterrado no cemitério de São Miguel, na mesma cidade. Seu terno colorido, com o qual sempre se apresentava em seus espetáculos, foi também posto no caixão e assim enterrado juntamente com o corpo do artista.


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