Notícias
Polícia Federal cumpre mandado de prisão e busca e apreensão em Niterói, Maricá, São Gonçalo, Itaboraí e Rio
Agentes da Polícia Federal deflagraram uma operação na manhã desta terça (12/3), para desarticular uma organização criminosa especializada em tráfico de animais silvestres.
A operação aconteceu simultaneamente em Maricá, Niterói, SG, Itaboraí e Rio de Janeiro.
Denominada “Defaunação”, a operação contou com apoio das Corregedorias da Polícia Militar (PMERJ) e do Corpo de Bombeiros (CBMERJ).
O objetivo é desarticular uma organização criminosa especializada na captura ilegal, receptação e tráfico de animais silvestres, inclusive espécimes em extinção, mediante falsificação de documentos e selos públicos do IBAMA e do INEA.
Cerca de 100 policiais federais cumprem três mandados de prisão preventiva e 20 mandados de busca e apreensão.
De acordo com a PF, durante a investigação foi detectado a atuação estável e permanente de uma organização criminosa liderada por um bombeiro militar e composta por caçadores, receptadores, falsificadores e traficantes de animais silvestres.
O grupo ainda contava com a participação de servidores do INEA e do Comando de Policiamento Ambiental (CPAm), além de uma universitária e dois médicos veterinários.
Após a deflagração da operação, o respectivo conselho profissional de veterinária e as instituições serão devidamente notificadas para que adotem as providências cabíveis.
Dentre o ciclo de falsificações de documentos, a investigação verificou que a quadrilha realizava o cadastramento fraudulento dos animais traficados no Sistema Nacional de Gestão da Fauna Silvestre, o SISFAUNA, e no Sistema de Controle e Monitoramento da Atividade de Criação Amadora de Pássaros, o SISPASS – ambos geridos pelo IBAMA –, com o intuito de dificultar o controle e fiscalização dos órgãos ambientais.
Os animais eram vendidos, em sua maioria nas redes sociais, por valores entre 20 e 120 mil reais, a depender da espécie e se viriam acompanhados ou não do “kit” de documentos falsos. Os mesmos ainda sofriam maus tratos dos criminosos.
O esquema proporcionou aos criminosos um enriquecimento ilícito de aproximadamente R$ 2,4 milhões, podendo chegar à R$ 14,4 milhões.
Os investigados responderão, dentre outros delitos, pelos crimes de organização criminosa, receptação qualificada, crime ambiental, peculato, falsificação de documentos e selos públicos, falsificação de documento particular, uso de documento falso e falsidade ideológica.
Os compradores poderão responder pelo crime de receptação – visto que estavam cientes da ilegalidade dos animais ao adquirí-los –, com exceção dos que colaborarem entregando os animais espontaneamente e dando esclarecimentos à Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente (DMA/PF/RJ).
As investigações e diligências prosseguirão com o objetivo de apreender os animais ilegais e identificar outros receptadores e membros da quadrilha.
O nome da operação, Defaunação, diz respeito à diminuição acelerada e drástica de espécies animais em um ambiente natural, especialmente de espécies ameaçadas de extinção.
A defaunação causa um efeito cascata que leva ao empobrecimento dos ecossistemas e perda de suas funções ecológicas.
