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“O bicho tá pegando” debate a crise ambiental no Janete Costa
No Dia Mundial do Meio Ambiente, o Museu Janete Costa de Arte Popular inaugurou uma exposição que coloca no centro do debate os desafios do ser humano nesse período de incertezas climáticas e como a arte pode formar uma potente aliança em defesa do planeta.
O projeto curatorial e expográfico de “O Bicho tá Pegando”, que marca a volta de Jorge Mendes ao museu mais charmoso da cidade, foi desenvolvida, de forma orgânica, pela equipe do Janete Costa com a participação de diversos parceiros.
O senso comum que movia essa mobilização são os eminentes impactos que a mudança climática global tem em ecossistemas, recursos hídricos e, por consequência, na vida humana. O Museu Janete Costa convida para sua abertura na quarta-feira, 19 de junho, às 18h. “O Bicho tá Pegando” fica em cartaz até 20 de outubro de 2024.
A exposição traz um tema urgente e reativa o grande desafio de sensibilizar a consciência coletiva sobre as situações emergenciais que alteram as condições de sobrevivência não só no Brasil, como também no Mundo.
Nesse contexto, em um cenário tão complexo, a abordagem escolhida na foi a de fluir junto às pessoas, por meio de trajetórias e histórias, estratégias atuais de conscientização, mobilização e reflexão sobre os desafios atuais. Na expografia de Jorge Mendes as obras se unem para elaborar revisões do nosso modo de viver e possíveis respostas para uma sociedade mais sustentável.
Para o curador Jorge Mendes, “‘O Bicho tá Pegando’ aborda questões urgentes relacionadas às mudanças climáticas . Através das obras de diversos artistas populares, são abordados temas que provocam a reflexão e a ação, inspirando novas atitudes para a proteção do meio ambiente e valorização das raízes ancestrais do Brasil”.
A exposição temporária do Janete Costa está dividida em seis setores: Onças Pantanal; Água e Rios Secos; Tráfico de Animais; Rios Voadores; Demarcação Já; e Ancestralidade e Manto Tupinambá.
Nos três primeiros setores, as obras de artistas populares de diversas regiões do Brasil estão dispostas de maneira a provocar uma sinestesia angustiante diante do caos, da desordem. Com um olhar profundo sobre a caça ilegal, o desmatamento, as queimadas, as secas e inundações, o visitante testemunha não o futuro hipotético, mas o presente real, catastrófico, provocado pelas ações antrópicas.
“Rios Voadores” fala da resiliência, mostra a tentativa da natureza em se recompor, refazer, renascer. Seu destaque é uma grande escultura em formato de cobra, confeccionada por indígenas, que traz consigo a simbologia da força vital, do renascimento, da renovação, da criação, da ressurreição, da vida e morte. Ela nos revela uma transição do caos à esperança. E é o que o público também irá encontrar em “Demarcação Já” e “Ancestralidade e Manto Tupinambá”: memória e resistência, um retorno às origens, aos valores e lutas dos povos originários.
“O Bicho tá Pegando” nos propõe uma urgente tarefa, de revisitar o passado para reconhecer o presente e traçar futuros.
Artistas
Faguinho (AL), Getúlio Damago (RJ), Dila (CE), Elosman (CE), Carmézia Emiliano (RR), Joe Alcântara (AM), José Alcântara (AM), Mestre André da Marinheira (AL), Miramar Borges (MG), Farias, Mestre Petrônio (AL), Bento de Sumé (PB), Rafa B. (PA), Adão de Lourdes (MG), Oziel Dias (PB), Roberto Vital (PE) e Etnia Mehinako (MT).
