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Economia Solidária: Prefeitura de Niterói faz parceria com Projeto Redinha que aproveita mão de obra das artesãs

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Projeto complementa renda de costureiras e retira do meio ambiente material que teria descarte inapropriado

O cuidado com o meio ambiente sempre foi uma prioridade em Niterói. Com essa pegada, a Prefeitura se uniu ao Projeto Redinha para uma parceria que utiliza a mão de obra das artesãs da Casa da Economia Solidária Paul Singer para a confecção que transforma redes de pesca em bolsas.

A rede, que seria descartada, vira acessórios e ainda complementa a renda das costureiras.

A Secretaria Municipal de Assistência Social e Economia Solidária é a responsável por gerir a Casa Paul Singer.

A criadora do Projeto Redinha, Maria Fernanda Bastos, é engenheira civil e ambiental e conta que o estalo veio um dia quando foi remar em Jurujuba, durante a pandemia, e viu os pescadores remendando as redes de pesca.

“Me chamou a atenção a quantidade de redes que ficavam no entorno. Perguntei o que eles faziam com aquele material que não dava para reutilizar e eles disseram que jogavam fora. Nessa época, todo mundo estava fazendo alguma atividade para aproveitar o tempo que estavam em casa e minha sogra fazia artesanato manual. Conversamos e ela desenvolveu um primeiro modelo de crochê”, destaca.

A engenheira explica que sua tese de mestrado foi sobre o lixo flutuante na Baía de Guanabara porque o lixo é algo que me incomoda muito, principalmente o plástico de uso único que depois é descartado e é um grande problema da poluição. Então veio a ideia da bolsa de redinha e “como ela é bonitinha, as pessoas queriam usar de outras maneiras”, conta Maria.

O modelo básico já ganhou novos formatos com tamanho de alça adaptada e com a versão de inclui uma bolsa interna, com reaproveitamento de sobra de biquíni, que comporta pequenos objetos como chaves e celular. Atualmente, o projeto já confecciona seis modelos diferentes.

Segundo a criadora das bolsas, a parceria com a Prefeitura de Niterói veio pela necessidade de mão de obra, que é 100% feminina.

Atualmente, cinco artesãs fazem a produção das bolsas, seja a costura, acabamento ou customização.

O trabalho impacta também os pescadores que pararam de jogar as sobras de rede na água e recebem 5% do valor da venda das bolsas como forma de incentivá-los a guardar o material e doar para o projeto.

O Meio Ambiente agradece

Mensalmente, são vendidas uma média de 200 bolsas de rede. Desde o início do projeto, foram resgatados mais de 300 kg de rede de pesca que renderam 3.500 bolsas de redinhas que equivalem a 9 quadras de vôlei, em extensão.
“Minha meta é chegar ao tamanho do Maracanã”, sonha Maria Fernanda, que calcula que para chegar a esse tamanho precisará vender cerca de 20 mil unidades do acessório.

Casa da Economia Solidária Paul Singer

Criada em julho de 2019, o local é o primeiro centro público municipal de referência em economia solidária no Estado do Rio.

O objetivo é que seja um espaço de acolhimento, formação, capacitação e orientação aos empreendedores da economia solidária, cooperativas e associações, que recebe trabalhadores de Niterói e de municípios vizinhos.

A Casa conta com um espaço de comercialização, onde diversos produtores podem expor e vender seus produtos feitos de maneira artesanal, como roupas, mel, sabonetes, itens de casa etc.

Além disso, o local possui uma sala de atendimento psicossocial e uma área destinada ao Fórum de Economia Solidária, sendo gerenciada de maneira compartilhada, com recursos de convênio firmado com o Ministério do Trabalho/Secretaria Nacional de Economia Solidária.

A Casa da Economia Solidária Paul Singer fica na Avenida Amaral Peixoto, 901, Centro. Informações pelo telefone (2717-8350).


Fotos: Luciana Carneiro

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