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Drama musical “Gisberta” estreia no Teatro da UFF
Serviço
“Gisberta”
com Luis Lobianco
Texto: Rafael Souza-Ribeiro
Direção: Renato Carrera
Direção de Produção: Claudia Marques
Sinopse: A peça mistura política, história, música, teatro, humor, poesia e ficção para falar de Gisberta, brasileira vítima da transfobia que teve morte trágica em 2006 na cidade do Porto, em Portugal.
Local: Teatro da UFF, Rua Miguel de Frias, 9, Icaraí, Niterói, Rio de Janeiro (tel. 3674-7511)
Temporada: 13 a 29 de outubro, sexta a domingo às 20h
Capacidade de público: 344 lugares
Venda antecipada (até dia 08/10): R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia)
Venda normal (a partir de 09/10): R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia)
Venda pela internet: www.sympla.com.
Classificação: 12 anos
Duração: 90 minutos
Gênero: Drama Musical
Drama musical “Gisberta”, com Luis Lobianco, estreia dia 13 de outubro no Teatro da UFF
Idealizado pelo Luis Lobianco, com direção de produção de Claudia Marques, texto de Rafael Souza-Ribeiro e direção de Renato Carrera, o espetáculo “Gisberta” é um drama musical que mistura política, história, música, teatro, humor, poesia e ficção para falar de Gisberta, brasileira vítima da transfobia que teve morte trágica em 2006, na cidade do Porto, em Portugal. As apresentações em Niterói acontecem no Teatro da UFF, de 13 a 29 de outubro, sexta a domingo às 20h.
Gisberta atravessou o oceano para buscar um território livre, mas morreu no fundo do poço, afogada em ódio e água. Na ocasião o caso ganhou destaque nas discussões sobre a transfobia em Portugal e Gisberta se tornou (e até hoje é) ícone na luta pela conscientização para uma erradicação dos crimes de ódio contra gays, lésbicas e transexuais. Em 2016, dez anos após a sua morte, Gisberta foi amplamente lembrada em Portugal por meio de inúmeras reportagens. Recentemente, em 14 de fevereiro de 2017, Gisberta deu nome ao primeiro centro de apoio a população LGBT do norte de Portugal, “Centro Gis”, em Matosinhos, distrito do Porto.
“O mundo passa por uma grande crise de identidade: o que somos essencialmente e onde podemos viver o que somos? Refugiados podem ser inteiros fora de seus territórios sem inspirarem ameaça? Há liberdade para indentidade de gênero mesmo que se tenha nascido em um corpo de outro sexo? Gays podem se amar sem exposição à violência? A reação para o rompimento com padrões sociais é uma explosão de violência cotidiana sem precedentes. Quanto mais ódio, mais a afirmação da identidade se impõe. No ar a sensação de um grande embate mundial iminente – não tem mais como se esconder no armário. Ser livre ou servir à intolerância: eis a questão.” – comenta Lobianco.
Para contar a história de Gisberta, que é praticamente desconhecida no Brasil e que é também a história de tantas outras vítimas da transfobia, Luis Lobianco interpreta vários personagens com texto concebido a partir de relatos obtidos em contatos pessoais com a família de Gis, do processo judicial e de visitas ao local da tragédia e por onde Gisberta passou. Em cena, três músicos acompanham o ator: Lúcio Zandonadi (piano e voz), Danielly Sousa (flauta e voz), Rafael Bezerra (clarineta e voz).
“Gisberta não está em cena, o Luis Lobianco não interpreta a Gis, mas nós chegamos bem perto dela.” – diz o diretor Renato Carrera.
Indicado ao Prêmio Botequim Cultural 2017 nas categorias Melhor Ator e Melhor Direção Musical, também indicado ao Prêmio Cenym de Teatro Nacional 2017 Prêmio Cenyms nas categorias Melhor Trilha Sonora Original ou Adaptada, Melhor Execução do Som, Melhor Fotografia de Publicidade, “Gisberta” estreou nacionalmente no dia 1º de março de 2017, no CCBB Rio de Janeiro, onde permaneceu em cartaz até 30 de abril. De 9 de junho a 2 de julho fez temporada no Teatro Dulcina, Centro do Rio. Em julho de 2017 participou da programacão oficial do Festival de Inverno do Sesc, com apresentações em Petrópolis e Friburgo. No período de 24 de novembro a 10 de dezembro de 2017 fará temporada no CCBB Brasília e de 5 de janeiro a 5 de fevereiro de 2018, no CCBB Belo Horizonte. Também em 2018 fará temporadas em Lisboa e no Porto.
Uma breve história da Gisberta
Caçula de uma família com oito filhos, nascida e moradora do bairro Casa Verde, em São Paulo, ainda na infância Gisberta dava sinais de que estava num corpo que não correspondia à sua identidade. Após a morte do pai, deixou os cabelos crescerem definitivamente. Em 1979, aos 18 anos, quando suas amigas morriam assassinadas, na capital paulista, com medo de ser a próxima vítima, deixou o Brasil rumo a Paris. Mais tarde, já depois de realizar tratamento hormonal e fazer implante de silicone nos seios, mudou-se para o Porto, no Norte de Portugal. Muito alegre e divertida, rapidamente enturmou-se na cena gay local. Fazia apresentações em bares e boates. Por 10 anos foi a estrela brasileira da noite portuense. Sem muito jeito com qualquer tipo de liberdade viveu tudo o que nunca experimentou de forma voraz: cantou de Vanusa a Marilyn, bebeu, fumou, cheirou, amou e adoeceu no cabaré. Foi muito feliz, tinha muitos amigos e admiradores. Poupava energia para as cartas e fotos que mandava para a família, queria garantir que estava segura. Um dia os seus dois cães fugiram de casa e foram atropelados na sua frente. Gis definhou de depressão e Aids.
Perdeu os cabelos conquistados e o visto de imigrante, passou a vestir trapos sem gênero e foi morar na rua. Num prédio abandonado foi encontrada, no final de 2005, por um grupo de 3 meninos mantidos pela Oficina de São José, uma instituição religiosa da vizinhança. No início as crianças ofereceram comida e agasalho, mas a lógica do grupo se converteu em um ódio súbito e inexplicável quando outros 11 meninos se juntaram ao grupo inicial. A partir de 15 de fevereiro de 2006, Gisberta sofreu vários dias de tortura e finalmente, acreditando que ela estava morta, foi jogada ainda com vida dentro de um poço cheio de água. Conclusão do processo: morte por afogamento. Gis, como ela gostava de ser chamada, já vivia sufocada, sua morte foi síntese da sua vida – culpa do ódio e não da água.
Luis Lobianco, ator de teatro, cinema, TV e internet
Nascido no Rio de Janeiro, Luis Lobianco faz teatro desde 1994. Em 2012, se formou na CAL e foi dirigido por nomes, como: Aderbal Freire-Filho, Moacyr Chaves, Marcelo Saback e Ruy Faria; atuando em mais de 30 montagens teatrais até hoje. É criador dos espetáculos do Buraco da Lacraia, Rival Rebolado, Portátil e Buraco da Lacraia – Ópera House, este último em cartaz atualmente. Na TV, participou do “Vai Que Cola” no Multishow e integra o elenco da série infantil “Os Valentins”, do canal Gloob, onde interpreta o vilão Randolfo, ao lado de Claudia Abreu e Guilherme Weber. Lobianco também é ator fixo do canal Porta dos Fundos desde sua criação, em 2013. No cinema já esteve em dez produções entre 2012 e 2017. Atualmente grava o longa-metragem “Carlinhos e Carlão”, seu primeiro filme como protagonista. Lobianco foi indicado ao prêmio F5 da Folha de São Paulo por seu trabalho para TV, como o protagonista de “O Grande Gonzalez”, coprodução da FOX com o Porta dos Fundos.
Ficha técnica
Atuação: Luis Lobianco
Texto: Rafael Souza-Ribeiro
Direção: Renato Carrera
Direção de Produção: Claudia Marques
Músicos em Cena: Lúcio Zandonadi (piano e voz), Danielly Sousa (flauta e voz), Rafael Bezerra (clarineta e voz)
Pesquisa Dramatúrgica: Luis Lobianco, Renato Carrera e Rafael Souza-Ribeiro
Investigação: Luis Lobianco e Rafael Souza-Ribeiro
Trilha Sonora e músicas compostas: Lúcio Zandonati
Iluminação: Renato Machado
Cenário: Mina Quental
Figurino: Gilda Midani
Preparação Vocal: Simone Mazzer
Direção de Movimento: Marcia Rubin
Assessoria de Imprensa: Ney Motta
Programação Visual: Daniel de Jesus
Fotos de Divulgação: Elisa Mendes
Produção: Fabrica de Eventos
Idealização: Luis Lobianco